quinta-feira, 15 de julho de 2010

Fichamento do Texto: "Formação de Professores: um campo de possibilidades inovadoras"

O objetivo deste texto é apresentar uma discussão baseada em duas questões norteadoras: a formação de professores voltada para qual contexto social? E a formação de professores voltada para qual escola básica? E com isso expor algumas proposições inovadoras.

É a inquietude, a curiosidade, a insatisfação que alimentam e estimulam o homem a novas conquistas no cotidiano, como temos constatadosao longo da história da humanidade. Esta história é escrita e modificada a cada segundo por determinações sociais, fruto do progresso da ciência e da interferência do homem nos rumos da nossa sociedade.

Podemos, afirmar que as últimas duas décadas do milênio passado e a primeira do novo milênio foram pródigas para o desenvolvimento da ciência. Que alguns estudiosos passaram a chamar de Terceira Revolução Industrial, e vem se caracterizando pela tentativa de superação do modelo taylorista-fordista, fragmentado, padronizado e repetitivo, por um novo toyotismo contemporâneo, e se expandiu em escala mundial.

As mudanças que se sucederam no planeta, em todas as sociedades, afetaram e continuam afetando os inúmeros subsistemas sociais, entre os quais a educação e, consequentemente, a escola, embora, havemos de convir, esta nem sempre consiga acompanhar as mudanças ao compasso das transformações que acontecem na sociedade. Foi observado o despontar e o crescimento acelerado do chamado terceiro setor, ou terceira via, e da iniciativa privada na promoção de políticas sociais, entre elas, as relacionadas à educação. E com isso, a sociedade civil passa a elevar a sua contribuição para a implementação de tais políticas.

A reforma educacional, de forma mais específica, elegeu uma conceoção de gestão, de currículo e de escola que atendia às necessidades da política do Estado mínimo. Nesse contexto, a educação foi conclamada a adequar-se ao novo modelo para preencher as exigências de um mercado globalizado, sob a égide da chamada globalização. O objetivo era formar um novo tipo de trabalhador para responder a tal demanda, embora até hoje a escola pública não proporciona ao aluno uma formação de qualidade para suprir as exigências desse mercado global, e muito menos a formação que defendemos, aquela comprometida com a emancipação desse aluno.

É a no contexto das alterações a partir dos anos 1990 que a formação de professores se resumiu à transmissão rápida de conhecimentos, habilitação relâmpago de professores por meio do treinamento, do adestramento, dosando e quantificando resumidamente o conhecimento até chegar à informação técnico-instrumental de um que fazer acrítico e alienado.

Vivemos, com certeza, angustiados com a formação e a sobrevivência do professor na sociedade do século XXI, pois há uma gama de personagens e de papéis possíveis a serem assumidos pelos docentes. Alguns autores tentaram analisar esta questão, entre eles Freire, Bernstein, Tardif, Lyotard.

As diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores para educação básica deixam patente a visão dicotomizada da relação entre teoria e prática e, com isso, propiciam também a separação ente trabalho intelectual e trabalho prático, ou entre trabalho e educação. O processo formativo é gerado em um espaçoexcludente e impregnado de preconceitos,valores éticos e interesses econômicos que promovem o fortalecimento da degradação educacional e social. O processo formativo é centrado nas competências definidas nacionalmente. As competênciasconfiguram um sistema de treino definido em termos de condutas que o futuro professor conhece e que aceita com responsabilidade, muitas vezes, inconscientemente. É preciso ficar claro que a formação centrada nas competências deve superar a concepção restrita a fim de que se tenha uma perspectica mais reflexiva e no contexto de outro quadro teórico.


Formação humana: concepção e princípios


No sentido etimológico,a palavra "formação" vem do latim formare. já no dicionário Aurélio (Ferreira s.d., p. 1.144), é "ato ou modo de formar"; e formar significa dar forma a algo; ter forma; pôr em ordem; fabricar; tomar forma; educar".

Desse ponto de vista, a formação é contínua, vinculada à história de vida dos sujeitos em permanente processo de formação, que proporciona a preparação para a vida pessoal e profissional.

Ela assume uma posição de inclusão, pois reflete um constante processo de desenvolvimento humano. É um espaço multifacetado, plural, que tem um ponto de partida e nunca um fim. É também um espaço socializador que considera o outro elemento constitutivo dessa formação.

É importante ressaltar a importância de se pensar e construir a escola básica colocando em prática uma perspectiva político-pedagógica que se corporifica no projeto pedagógico do processo formativo.

É necessário fortalecer o desenvolvimento de atitudes de cooperação, solidariedade pela descoberta do outro para consolidar um coletivo profissional autônomo e construtor de saberes e valores prórprios.

A formação de professores como ação propriamente humana só se concretiza quando os atos dirigidos à instituição (objeto da ação) para transformá-la se iniciam com um resultado ideal ou finalidade e terminam com um resultado ou produto efetivo, real. Esta formação exige um compromisso de adequação intencional do real ao ideal. Exige também uma articulação entre os interesses individuais e coletivos.

A formação pessoa é de existência individual. Constitui instrumento da realização da liberdade individual. É espaço da iniciativa, da inventividade e da inovação.

Já a formação coletiva, além de ampla, é complexa por envolver um espectro de valores e uma diversidade de pessoas. o processo que se vive como coletivo é valorizado e colocado ao alcance do grupo. Em ambiente humano, as tensões, os conflitos, os dilemas e os sentimentos fluem, pois aprendemos muito trabalhando coletivamente.

Com isso a formação para o desenvolvimento humano do professor é cada vez mais considerada uma ação vital para a melhoria das escolas. Construir projetos na esteira da formação humana significa trilhar caminhos participativos e solidários, com coragem, consciência crítica, indignação e muita luta para a construção de uma escola de melhor qualidade para todos.
A imprescindibilidade do professor
A autora faz um alerta a respeito que muitas vezes apenas no preucupamos com as limitações geradas pelo contexto social, e que na verdade devemos também nos precocupar-nos com as limitações ao processo formativo. O que se quer: um professor com capacidade crítica e inovadoras, capaz de participar nos processos de tomada de decisão, de prodição de conhecimento, de participação coletiva, consciente do significado da educação.
No que diz rspeito às condições necessárias e às competências exigidas para equipar a escola do futuro para responder aos desafios do novo milênio, a chave da inovação é ser capaz de focar a visão no futuro.
A formação do professor deve ser fundamentada na construção de um agente social, onde o mesmo alé, fortalecer os vínculos entre os saberes e a realidade social, deve como agente social planejar e gerir o processo didático interferindo na realidade.
A formação do professor deve transcender o ensino meramente científico e pedagógico, estimular uma atitude indagadora e crítica de sua própria prática pedagógica, das propostas educativas e da organização institucional, criando e recriando conteúdo curriculares. Ajustando novos métodos de ensino, avaliação e materiais didáticos às características dos alunos.
Considerações Finais
Atualmente reconhecemos as profundas e rápidas transformações que vêm ocorrendo no mundo, provocadas pelo avanço tecnológicos. Concordamos que a escol precisa inovar e se tornar atraente para o aluno, estimulando sua vontade de aprender e de lá estar por prazer, o que infelizmente, nem sempre acontece. Então precisamos formar um professor que prepare o aluno para enfrentar as contradições sociais da conjuntura atual que, por meio de práticas inovadoras e atraentes, ofereça e provoque no aluno o desejo de adquirir e construir o conhecimento para responder aos desafios da sociedade.
O homem, como ser em construção, precisa assumir um compromisso intencional com sua prática, da qual ele é construtor a partir do que proteja e idealiza para atingir seus objetivos, pautados não em interesses individuais, mas coletivos. E os recursos tecnológicos são importantes instrumentos para ser utilizado pelo homem, na forma coletiva, facilitando o acesso ao conhecimento e à sua produção.
Referência: VIANA , C. M. Q. Q. e VEIGA, I. P. A. Formação de professores: um campo de possibilidades inovadoras. In A escola mudou.

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