sábado, 22 de maio de 2010

Pesquisa sobre Célestin Freinet



Em sua teoria, Freinet valorizava a escola considerando-a um prolongamento natural da vida. Uma Educação democrática alicerçada no aluno por meio cooperação. A criança é estimulada a ter uma atitude ativa na escola, que deve dar instrumentos que possibilitem a sua autonomia em sala de aula, como um ser ativo e participativo.


A pedagogia de Freinet é baseada na confiança, respeito mútuo e cumplicidade entre alunos e professores. O senso de responsabilidade, julgamento pessoal, comunicação, reflexão individual e coletiva, são princípios nos quais Freinet irá construir um modelo pedagógico a ser seguido. Pois é somente a partir dessas premissas que uma melhor relação escolar se formará. Como via de aquisição do conhecimento se reconhece a observação, a explicação e a demonstração, contudo é a experiência que se estabelece como fonte de saber. Na experiência, pela inter-relação da criança com seu meio que sua formação será completa, sendo instigada a dominar seu ambiente, introduzindo-se nele. E é por esse caminho que se formará o homem de amanhã.


Ao analisar que o interesse da criança não estava dentro da escola e sim fora dela, Freinet passa a fazer a atividade de passear com os alunos retornarndo posteriormente à sala. Surgem as aulas passeios, nas quais a espontaneidade natural da criança é valorizada estimulando sua criatividade e motivando-a a participar das aulas. Ao produzir relatórios sobre o passeio, que eram discutidos na sala de aula, o aluno se portava de modo participativo e interessado. Assim, a capacidade de reflexão tanto individual como coletiva é trabalhada nas discussão dos diferentes temas em sala.


Com a finalidade de fazer o aluno produtor de conhecimento, o texto impresso passa a ser utilizado no ambiente escolar como meio de comunicação entre alunos e professores. A correspondência escolar começa a ser usada a fim de trocar experiências entre alunos e professores, compartilhando momentos de passeios, temas abordados em sala, etc. O texto livre, como Freinet denomina esta técnica, é explorado de diferentes formas com os alunos que podem produzir seu texto com um desenho, um poema, uma pintura. No jornal escolar enviado aos responsáveis cada aluno poderia ter o seu caderno especial, no entanto se fosse desejo deste ter um caderno só para si, o texto do aluno deveria passar por uma correção, de forma individual ou coletiva. Aqui Freinet acredita que o erro deve ser percebido pela criança para que ele a seja capaz de produzir o acerto. já na correspondência interescolar as escolas se manteriam atualizadas a cerca das práticas das demais. O Livro de Vida é também uma produção de professores e alunos. Consiste em um diário em que são registrados os momentos mais importantes no período em que estiveram juntos. Os passeios são relatados e os desenhos dos alunos anexados. Enfim, o livro serve de veículo para a afetividade que se expressa nesse momento perpetuando assim as experiências vividas na classe.


A interdisciplinaridade possibilitaria uma melhor compreensão do mundo pela criança, ao contrário do antigo método do saber compatimentado. No texto livre aplicado por Freinet a interdisciplinaridade pode ser aplicada através de observações de gramática ao final dos relatórios dos passeios, por exemplo. Os livros didáticos cujo conteúdo fugia da realidade da criança eram duramente criticados, criando-se fichários de consulta. Os fichários continham exercícios das diferentes matéria elaboradas em sala de aula com a ajuda dos alunos para que pudessem recorrer em momentos de dificuldades, ajudando o professor saber mais quais pontos não foram trabalhados por ele, por exemplo. Na dinâmica do trabalho em sala, as crianças colaboram também no plano de trabalho que será seguido durante o curso. As atividades escolhidas que terão que ser realizadas em grupo, duplas ou individualmente são anotadas em fichas onde são registradas as atividades da semana.


Torna-se necessária a tomada de consciência da vida por parte dos alunos, que aprendam a se colocarem como sujeitos, respeitando o outro como um ser que também tem seus direitos. A partir dessa reflexão cria-se a cooperativa, um sistema de reuniões de alunos que visa à discussão dos problemas escolares criando uma gestão da vida pelo trabalho escolar. A criança, ao propor soluções, passa a integrar o corpo escolar como ser pensante, e se envolve na dinâmica pela qual está passando não como receptor e sim como elaborador.

Aos educadores é exigido que se matenham atualizados e cientes da nova realidade que se impõe a escola. É necessário que o educador respeite o ritmo do aluno , assim como compreenda a sua realidade, aprendizagem anterior a escola, já que sempre esteve inserido em um meio, recebendo, pois, influências do mesmo.


"Faça o professor descer da sua cátedra-pedestal , abra as janelas, descruze os braços, faça brilhar o sol, abra as bocas, escreva, desenha, imprima, grave e esculpa, atire-se ao trabalho, ao ritmo novo das máquinas que animam o ronronar da escolástica..." (FREINET, Pedagogia do Bom-senso, 1985, p. 138)


A cooperação entre professor e aluno é a base para essa nova pedagogia que surge em um momento de insastifação e padronização de métodos já fracassados. A posição professor na escola escolástica em que se coloca a cima do aluno, é desconstruída por Freinet que traz o educador ao lado do aluno, cooperando com ele na busca do seu saber. A pedagogia da democratização não é uma seguidora cega da novidade e vanguarda, mas sim uma prudente esperança que espera alcançar a humanidade.


A escola é criticada como uma instituição que reproduz um método arcaico que incide sobre as classes dominadas, com um regime autoritário que não é capaz de formar cidadãos democratas. Em contraponto a isso, é defendido um método que formará uma sociedade mais justa, trazendo a esperança como ordem, e tendo como militantes professores e alunos.

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