domingo, 29 de maio de 2011

Reflexão do Texto sobre Currículo.

Primeira questão- o que o texto focaliza sobre os conceitos de currículo?


Na primeita parte do texto o autor define currículo num plano mais formal, no sentido de organizar a aprendizagem, a partir de numa visao universalista, que no decorrer do trabalho, essa visao não se perde, mais fica como um escopo.
O texto também aborta a tradição técnica do currículo.
O que seria esta tradição técnica?
De acordo com o texto seria todas as experiências vividas pelo os alunos durante a escolarizaçãao, onde os mesmo deveriam alcançar resultados pré-estabelecidos, acho que apenas era consideradas as experiências letivas, as experiências não letivas eram desconsideradas.

Coloquem as impressões que tiveram sobre a primeira parte do texto...Vamos focalizar, por agora, o primeiro item que trata da dicionarização do termo curriculo.


Pacheco relata que o termo currículo foi dicionarizado pela primeira vez, em 1663, porém tinha o sentido de um curso regular de estudos numa escola;universidade. Entretanto, a registro da localização do termo na antiguidade clássica.

O autor nos alerta que a palavra currículo é de origem recente, e quer dizer o mesmo que disciplina, aparecendo como significado de organização do ensino.

No primeiro momento o texto me reportou a vários questionamentos que eu mesma me fazia a respeito de como deveria ser “montado” o currículo, o que deve conter, como deve ser estruturado, organizado, por quem; seria o curriculo montado por uma equipe, ou apenas pelo professor? Enfim, como o curriculo deve ser planejado. Acho que tenho essa dúvida por não ter ainda estagiado. Após ler o texto continuei com essas perguntas sem ter consigo obter algumas respostas.

Antes de ler esse texto tinha uma visão bastante e equivocada a respeito do currículo, pois acreditava que o currículo era focado apenas no ano letivo. E a partir do texto pude compreender que o curriculo além de está focado no ano letivo atual, ele está muito além disso, está focado/preocupado com a formação posterior do aluno. Em como ele será formado também politicamente...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

quinta-feira, 31 de março de 2011

Para que, Por que e Como somos AVALIADOS!

O título desta reflexão me remete o tempo todo o por que de sermos constantemente avaliados. Mas o que me deixa mais chateada é a falta de feedback que alguns professores não nos dão após algumas avaliações. Acredito que devemos ser avaliados tanto em grupo quanto individualmente, e que as avaliações sejam um instrumento realmente de aprendizagem.
Alguns professores não nos avaliam de forma adequada, alguns solicitam trabalhos, resumos, fichamentos, resenhas, outros provas e seminários. E até mesmo construção de blogs... Muitos fichamentos, resumos e resenhas após serem entreguem muitas vezes não são discutidos em sala, são solicitados como uma forma de cumprir a ementa, ou usado como um paliativo por alguns professores. Já cheguei receber de volta meus trabalhos sem nenhum tipo de apontamento.
Repito que mais uma vez a avaliação deve ser algo construtivo, não algo ao acaso. Uma simples decoreba para se conseguir uma nota para ser aprovada na disciplina. A avaliação deve ser algo para além disso, algo que faça verdadeiramente "sentido" para o aluno e para o professor.
Percebi que os professores contratados são os que mais cobram e os que corrigem, fazem anotações e dão feedback para os alunos. Assim como os das matérias de EEPP, CGL e PHIPP.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Uma escola para novos tempos

Diante de uma nova sociedade modificada através dos tempos com seus avanços tecnológicos e econômicos, devemos ter também mudanças nas instituições escolares, visto que nesta sociedade capitalista tudo está voltado para a organização de trabalho, num intuito de construir uma melhos classe trabalhista, e assim aumentar a lucratividade, objetivo do sistema capitalista, onde as instituições escolares não podem ficar de fora, já que é ela que forma esses trabalhadores.
O papel dessas instituições é de, se assim pode-se dizes, disciplinar o indivíduo para ser um bom trabalhador, cumpridor de deveres, normas e horários. Mas as diferenças culturais, geográficas e econômicas, podem intervir diretamente nesta formação, um estudante de classe econômica mais desfavorecida, dificilmente poderá alcançar uma condição superior a de sua realidade, claro que há suas exceções, talvez isso ocorra pelas oportunidades encontradas no percorrer de sua formação, e pelas dificuldades que encontram.

As mudanças na economia: novo paradigma produtivo

A busca pela liderança de mercado traz consigo um pensamento competitivo, e cada vez mais as instituições escolares vem se enqudrando nessas novas condições mundiais para atender a essa nova era formando indivíduos cada vez mais competitivos. Com a globalização as expectativas são cada vez mais se fazer circular o capital financeiro pelo mundo.
O estado passa a ter menos intervenção nesse modelo de economia. Com essa nova economia a competitividade aumenta as desigualdades sociais e econômicas, de forma que todos competem, mas só que se sai melhor consegue ser bem sucedido socialmente e economicamente. O papel dessa escola é preparar justamente esse alunos, para tornar em trabalhadores competidores em busca de seu lugar no mercado de trabalho. Como já enfoquei anteriormente, essas condições podem ser diferentes dependendo da região em que vive, por exemplo, em favelas, onde é concentrada as classes operárias em que se competem no mercado de trabalho pelo seu lugar, e na maioria das vezes procura algo de acordo com a sua condição social, mas é claro que em tudo há exceções.

A revolução informacional

Estamos em um momento histórico de transição da sociedade industrial para a sociedade informacional, segundo o sociólogo francês Alain Tourraine (1995) na sociedade industrial predominou a produção de bens materiais e na sociedade onformacional, o que vem se destacando é a difusão de bens culturais, em especial, podemos destacar a informação.
Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde e Organização Internacional do Trabalho, distribuição da força de trabalho, em 1997, o índice foi de 62% no setor terciário, que incluem os serviços informacionais. Esse crescimento leva os especialistas a antever a criação do setor quaternário ou informacional.
A revolução tecnológica, com a presença da TV, do telefone celular e dos computadores, na área da comunicação, nas várias mídias, é acessível a poucos. Como a grande parte da população é de classe pobre, não tem acesso a essas intervenções, acontece então a exclusão cultural e as pessoas de baixa renda não podem exercer o poder crítico diante de tantas informações trazidas pela mídia.
A informação é relevante, mas por si só ela não nos leva ao saber. A informação é um caminho que nos lev ao conhecimento, que precisa ser bem analisada e interpretada, possibilitando à crítica e a coleta seletiva da informação, de modo que ela não "teleguie" as ações das pessoas.
O povo precisa aprender a ter sua própria opinião, apesar da "chuva de informações" que muitas vezes faz com que a pessoa se engane com o que ela realmente deseja saber.

A despolitização da sociedade

Em se tratando de política, o povo, na maioria das vezes, cai na descrença de seus representantes, já não acredita na ação pública e na solução dos problemas.
O egoísmo, individualismo e o pouco caso social, faz com que maior número de Ongs apareçam, a cada dia, tentando fazer o que os governantes deixam a desejar. E isso afeta a formação da cidadania, uma vez que é preciso educar para a participação social, para as múltiplas faces culturais, grupos sociais, valores e direitos humanos. Isso mostra o papel da escola e de outros bens culturais, na formação do cidadão, que aprende a participar nos processos decisórios que existem na sociedade civil.

A crise ética

Na atual conjuntura, existem crises de valores, e o que predomina é um relativismo moral baseado no interesse pessoal, ou seja, "primeiro eu", sem referência a valores humanos como a dignidade, a solidariedade, a justiça, a democracia, enfim, o respeito ao próximo, o respeito mútuo. E é aí que entra a escola que pode contribuir com a revitalização da formação ética, tanto em pequena escala, no cotidiano, quanto entre povos, etnias, grupos sociais, reconhecendo as diferenças pessoais e as culturais.
Além disso, ao lado de tanto conhecimento científico e das tecnologias, é necessário obter a difusão de saberes socialmente úteis, entre outros, proteger o nosso planeta, combater a violência, evitar o racismo e a segregação racial (todos somos iguais), enfim, respeitar sempre os direitos humanos, assim estaremos respeitando à nós mesmos.

A Exclusão social

Apesar das transformações impulsionarem os avanços científicos e tecnológicos, e com isso proporcionarem novas formas de conhecimento, entretanto elas também provocam um aumento da distância social e econômica enre os que têm acesso e os que não têm acesso a esse processo.
De acordo com Frigotto (1996), "No plano socioeconômico, oa justamento de nossa sociedades à globalização significa a exclusão de dois terços da humanidade dos direitos básicos de sobrevivência, emprego, saúde, educação".
Podemos notar o incentivo de se cultuar no plano cultural e ético-político o indicidualismo e a naturalização da exclusão social. Que é visto como consequência natural e inevitável do processo de modernização e globalização da sociedade. O que no plano da educação não fica muito diferente, onde temos distintas qualidades de educação: educação para ricos e educação para pobres.
Com isso notamos que a escola não pode mais ser vista isoladamente de outros contextos sociais. Ela precisa estar voltada para as novas realidades, estar ligada ao mundo econômico, político, cultural, e ser o principal modelo contra a exclusão social.

A escola necessária para os novos tempos

A escola ideal para os novos tempos é a que deve promover formação cultural e científica, mas também promover através da ciência, da técnica, da lingugem, da estética, da ética, uma cultura contra a exclusão econômica, política, cultural, pedagógica.
Atualmente, apesar da gama de informações que existem fora do contexto escolar, a escola não perdeu o seu lugar de importante instância de promoção de educação básica - capacidade de ler e escrever, interpretar, formação científica, formação crítica, formação ética, formação estética, desenvolvimento de capacidades cognitivas e operativas.
A escola de hoje não pode se limitar a reproduzir meramente as informações contidas a respeito das matérias, a transmitir a informação contida no livro didático. Ela deve dazer um "mix" entre a cultura que acontece fora do contexto escolar - na rua, nas praças, na família, na internet - e a cultura formal. Os alunos vão aprendendo a buscar a informação através dos meios de comunicação, fazendo um link com as informações obtidas na sala de aula, analisando criticamente, dando-lhes significado pessoal e social, juntamente com o professor, que tem o papel insubstituível de mediador, auxiliando o aluno para fazer a síntese entre a cultura formal e a cultura experenciada.
Para que isso ocorra, segundo Libaneo (2008), a escola deve ser capaz de "articular sua capacidade de receber e interpretar informação, com a de produzí-la, considerando-se o aluno sujeito do seu próprio conhecimento.

Objetivos

A instituição escola está englobada nas esferas de influência da sociedade, esta, no entanto, toma seu papel primordial no desencadear da construção e formação dos indivíduos e as necessidades destes em relação ao seu meio.
Tendo em vista a adaptação e as modificações das quais se estruturam na sociedade, em meio às mudanças advindas desta,torna se necessário uma modificação no sistema de maior influência na vida dos indivíduos.
Devido a tais modificações no modelo das escolas, estas pretendem ampliar sua estruturas educacionais e adaptar-se inserindo seus métodos e sua política neste novo contexto social. Pois sendo esta a "engenagem" maior que movimenta a sociedade, torna-se necessária essa campanha este novo modelo de sociedade.
Desta forma, seus objtivos , estão inseridos nas necessidades nas alterações que englobam este novo contexto, para que desta forma venham ocorrer uma construção democrática em todo seu plano social. Onde seus objetivos são propostos de maneira que enfatize no seu intuito de promover aos seus alunos um maior desenvolvimento cognitivo, trabalhando a identidade destes e sua autonomia, preparando seus alunos para novos desafios, dos quais está inserido na sociedade, formando estes como ser pensantes que não se alienam mais que impõem suas concepções, buscando por seus objetivos como seres críticos que questionam e procuram a sua verdade, além de buscar desenvolver e formar nestes o mais importante valor para conceber a si mesmo e aos demais uma sociedade mais justa e humanitária.
Para que ocorram tais modificações no sistema de ensino e que estes objetivos venha ser alcançados é necessário que a escola busque focar suas atenções em uma mudança na qualidade de ensino voltando sua atenção para uma qualidade "cognitiva de aprendizagem", formulando seu projeto político e pedagógico mediante a este aspecto em fundamental. Pois segundo esta nova estrutura de escola, as mudanças a que se propõe realizar só obterá êxito, se inserimos nos alunos uma aprendizagem global "que atendam suas necessidades pessoais e econômicas". A escola como formadora de uma sociedade pensante obtém seu papel de suma importância sobre a vida destes e o desencadear da estrutura e formação da sociedade. Sendo este, a preparar os novos cidadãos para os obstáculos e desafios que imposto pela nova "sociedade contemporânea".

Ampliando os objetivos da escola

Nota-se que assim como os partidos políticos e os sindicatos, outras formas de movimentos que estão relacionados à ação política, por possuírem o objetivo de desenvolver a democracia e de tentar construir uma sociedade mais justa, estão surgindo. Como exemplo, podemos citar os movimentos feministas, os ecológicos e os pacifistas. Em relação aos movimentos feministas ressalta-se que a escolha por ter a função de interagir e de orientar os alunos a respeito da importância desses movimentos deve expor em suas práticas pedagógicas a importância da igualdade.

Educação para igualdade entre os sexos

Tal importância pode ser exposta para os educadores através do estabalecimento de um único tipo de uniforme para os ambos os sexos, excluindo assim, o uso de saias para meninas e calças compridas para os meninos, utilização das palavras aluno e aluna nas provas ou nos comunicados, e não apenas a palavra aluno que se encontra no gênero masculino para fazer referência a ambos os sexos. Essas práticas pedagógicas são importantes, porque ensinam os estudantes a ver o outro com uma visão igualitária no que diz respeito a relação da igualdade dos direitos entre homens e mulheres.

Educação ambiental

Com o consumo exacerbado de mercadorias industrializadas além dos problemas decorrentes da destruição da natureza, nos torna uma sociedade de constante risco. Além disso, é grande a moradia de pessoas nas favelas, ou moradias inadequadas. Somando-se com o não investimento econômico.
Com diferentes entendimentos em relação à educação ambiental, como por exemplo, a corrente conservacionista que defende a preservação das matas, de animais, dentro de uma noção de natureza biofísica intocável.
A corrente naturalista propõe uma forma de educação pelo contato com a natureza, a vida ao ar livre.
A corrente de gestão ambiental incentiva ações de movimentos sociais, de comunidades e de governos na luta pela despoluição das águas e do ar, criticando todas as formas de depredação da natureza, principalmente a industrial.
A corrente da economia ecológica que agrupa organismos internacionais, incluindo o Banco Mundial, a FAO, a UNESCO e várias organizações não governamentais e associações ambientalistas.
Essas correntes nos mostra muitas concepções e formas de fazer educação ambiental no entender pedagógico e contribui para a formação humana levando os alunos a reflexão, educando as crianças e jovens para proteger, conservar e preservar espécies, traz o autoconhecimento e o conhecimento do universo, introdução a ética da valorização e do respeito a diversidade das culturas, as diferenças, entre outros.
A escola não pode ser, sozinha, responsável pela tarefa de educação ambiental, envolve ações práticas do nosso cotidiano nos diversos ambientes. Uma outra atitude que deve existir e a de recusa na concepção de progresso baseado na capacidade de possuir mais objetos e bens de consumo.
Educação intercultural
A ideia de acolhimento da diversidade, o reconhecimento dos outros como sujeitos de sua individualidade, sendo a diversidade a primeira referência para a luta pelos direitos humanos.
Como uma grande presença da diversidade na sociedade, resultante da transversalidade de culturas, no sentido de que toda cultura é plural.
O fato é que, tanto professores como alunos convivem com uma pluralidade crescente de pessoas de diferentes lugares, em geral por causa da migração. Com isso, as crianças convivem com diferentes etnias e diferentes linguagens, requerendo da equipe decisões sobre os objetivos escolares, uma resposta curricular que incorpore essa visão intercultural. trata-se de uma mudança de mentalidade, de transformação das formas de pensar, de sentir, de comportar-se em relação aos outros.
O que é preciso saber é uma forma para articular , ajudar os alunos a fazerem as ligações entre cultura elaborada e a sua cultura cotidiana, de modo que adquiram instrumentos conceituais, formar de pensar e de sentir, para interpretar a realidade e intervir nela.
Considerações Finais
O presente capítulo apresentou reflexões a cerca das mudanças que os novos tempos trouxeram para escola. Entretanto, com todas as inovações científicas e tecnológicas, a escola não perdeu o seu importante papel como formadora do cidadão.
Mas para que isso ocorra de fato, é preciso considerar toda "bagagem" trazidad pelo aluno. Jamais desprezar o conjunto de significados, valores, crenças, modo de agir, resultantes da educação informal, que muitos trazem para a escola, ou seja, o currículo extra-escolar.
A escola juntamente com os professores precisa articular parte da cultura informal (internet, TV, vídeos, cinema, conversar entre adultos e entre amigos, rádio, diferenças culturais, etc.) trazidas pelos alunos, ajudando-os a fazerem ligações entre a cultura elaborada e a sua cultura cotidiana, para só assim conseguirem adquirir instrumentos necessários, para através da forma de pensar e de sentir, interpretar a realidade e intervir nela. E não serem meros repetidores.
Referência: LIBANEO, J. C. Uma escola para novos tempos. In: LIBANEO, J. C. Organização e gestão da escola: teoria e prática. 5. ed., Goiânia: MF Livros, 2008.

Fichamento do Texto: "Formação de Professores: um campo de possibilidades inovadoras"

O objetivo deste texto é apresentar uma discussão baseada em duas questões norteadoras: a formação de professores voltada para qual contexto social? E a formação de professores voltada para qual escola básica? E com isso expor algumas proposições inovadoras.

É a inquietude, a curiosidade, a insatisfação que alimentam e estimulam o homem a novas conquistas no cotidiano, como temos constatadosao longo da história da humanidade. Esta história é escrita e modificada a cada segundo por determinações sociais, fruto do progresso da ciência e da interferência do homem nos rumos da nossa sociedade.

Podemos, afirmar que as últimas duas décadas do milênio passado e a primeira do novo milênio foram pródigas para o desenvolvimento da ciência. Que alguns estudiosos passaram a chamar de Terceira Revolução Industrial, e vem se caracterizando pela tentativa de superação do modelo taylorista-fordista, fragmentado, padronizado e repetitivo, por um novo toyotismo contemporâneo, e se expandiu em escala mundial.

As mudanças que se sucederam no planeta, em todas as sociedades, afetaram e continuam afetando os inúmeros subsistemas sociais, entre os quais a educação e, consequentemente, a escola, embora, havemos de convir, esta nem sempre consiga acompanhar as mudanças ao compasso das transformações que acontecem na sociedade. Foi observado o despontar e o crescimento acelerado do chamado terceiro setor, ou terceira via, e da iniciativa privada na promoção de políticas sociais, entre elas, as relacionadas à educação. E com isso, a sociedade civil passa a elevar a sua contribuição para a implementação de tais políticas.

A reforma educacional, de forma mais específica, elegeu uma conceoção de gestão, de currículo e de escola que atendia às necessidades da política do Estado mínimo. Nesse contexto, a educação foi conclamada a adequar-se ao novo modelo para preencher as exigências de um mercado globalizado, sob a égide da chamada globalização. O objetivo era formar um novo tipo de trabalhador para responder a tal demanda, embora até hoje a escola pública não proporciona ao aluno uma formação de qualidade para suprir as exigências desse mercado global, e muito menos a formação que defendemos, aquela comprometida com a emancipação desse aluno.

É a no contexto das alterações a partir dos anos 1990 que a formação de professores se resumiu à transmissão rápida de conhecimentos, habilitação relâmpago de professores por meio do treinamento, do adestramento, dosando e quantificando resumidamente o conhecimento até chegar à informação técnico-instrumental de um que fazer acrítico e alienado.

Vivemos, com certeza, angustiados com a formação e a sobrevivência do professor na sociedade do século XXI, pois há uma gama de personagens e de papéis possíveis a serem assumidos pelos docentes. Alguns autores tentaram analisar esta questão, entre eles Freire, Bernstein, Tardif, Lyotard.

As diretrizes curriculares nacionais para a formação de professores para educação básica deixam patente a visão dicotomizada da relação entre teoria e prática e, com isso, propiciam também a separação ente trabalho intelectual e trabalho prático, ou entre trabalho e educação. O processo formativo é gerado em um espaçoexcludente e impregnado de preconceitos,valores éticos e interesses econômicos que promovem o fortalecimento da degradação educacional e social. O processo formativo é centrado nas competências definidas nacionalmente. As competênciasconfiguram um sistema de treino definido em termos de condutas que o futuro professor conhece e que aceita com responsabilidade, muitas vezes, inconscientemente. É preciso ficar claro que a formação centrada nas competências deve superar a concepção restrita a fim de que se tenha uma perspectica mais reflexiva e no contexto de outro quadro teórico.


Formação humana: concepção e princípios


No sentido etimológico,a palavra "formação" vem do latim formare. já no dicionário Aurélio (Ferreira s.d., p. 1.144), é "ato ou modo de formar"; e formar significa dar forma a algo; ter forma; pôr em ordem; fabricar; tomar forma; educar".

Desse ponto de vista, a formação é contínua, vinculada à história de vida dos sujeitos em permanente processo de formação, que proporciona a preparação para a vida pessoal e profissional.

Ela assume uma posição de inclusão, pois reflete um constante processo de desenvolvimento humano. É um espaço multifacetado, plural, que tem um ponto de partida e nunca um fim. É também um espaço socializador que considera o outro elemento constitutivo dessa formação.

É importante ressaltar a importância de se pensar e construir a escola básica colocando em prática uma perspectiva político-pedagógica que se corporifica no projeto pedagógico do processo formativo.

É necessário fortalecer o desenvolvimento de atitudes de cooperação, solidariedade pela descoberta do outro para consolidar um coletivo profissional autônomo e construtor de saberes e valores prórprios.

A formação de professores como ação propriamente humana só se concretiza quando os atos dirigidos à instituição (objeto da ação) para transformá-la se iniciam com um resultado ideal ou finalidade e terminam com um resultado ou produto efetivo, real. Esta formação exige um compromisso de adequação intencional do real ao ideal. Exige também uma articulação entre os interesses individuais e coletivos.

A formação pessoa é de existência individual. Constitui instrumento da realização da liberdade individual. É espaço da iniciativa, da inventividade e da inovação.

Já a formação coletiva, além de ampla, é complexa por envolver um espectro de valores e uma diversidade de pessoas. o processo que se vive como coletivo é valorizado e colocado ao alcance do grupo. Em ambiente humano, as tensões, os conflitos, os dilemas e os sentimentos fluem, pois aprendemos muito trabalhando coletivamente.

Com isso a formação para o desenvolvimento humano do professor é cada vez mais considerada uma ação vital para a melhoria das escolas. Construir projetos na esteira da formação humana significa trilhar caminhos participativos e solidários, com coragem, consciência crítica, indignação e muita luta para a construção de uma escola de melhor qualidade para todos.
A imprescindibilidade do professor
A autora faz um alerta a respeito que muitas vezes apenas no preucupamos com as limitações geradas pelo contexto social, e que na verdade devemos também nos precocupar-nos com as limitações ao processo formativo. O que se quer: um professor com capacidade crítica e inovadoras, capaz de participar nos processos de tomada de decisão, de prodição de conhecimento, de participação coletiva, consciente do significado da educação.
No que diz rspeito às condições necessárias e às competências exigidas para equipar a escola do futuro para responder aos desafios do novo milênio, a chave da inovação é ser capaz de focar a visão no futuro.
A formação do professor deve ser fundamentada na construção de um agente social, onde o mesmo alé, fortalecer os vínculos entre os saberes e a realidade social, deve como agente social planejar e gerir o processo didático interferindo na realidade.
A formação do professor deve transcender o ensino meramente científico e pedagógico, estimular uma atitude indagadora e crítica de sua própria prática pedagógica, das propostas educativas e da organização institucional, criando e recriando conteúdo curriculares. Ajustando novos métodos de ensino, avaliação e materiais didáticos às características dos alunos.
Considerações Finais
Atualmente reconhecemos as profundas e rápidas transformações que vêm ocorrendo no mundo, provocadas pelo avanço tecnológicos. Concordamos que a escol precisa inovar e se tornar atraente para o aluno, estimulando sua vontade de aprender e de lá estar por prazer, o que infelizmente, nem sempre acontece. Então precisamos formar um professor que prepare o aluno para enfrentar as contradições sociais da conjuntura atual que, por meio de práticas inovadoras e atraentes, ofereça e provoque no aluno o desejo de adquirir e construir o conhecimento para responder aos desafios da sociedade.
O homem, como ser em construção, precisa assumir um compromisso intencional com sua prática, da qual ele é construtor a partir do que proteja e idealiza para atingir seus objetivos, pautados não em interesses individuais, mas coletivos. E os recursos tecnológicos são importantes instrumentos para ser utilizado pelo homem, na forma coletiva, facilitando o acesso ao conhecimento e à sua produção.
Referência: VIANA , C. M. Q. Q. e VEIGA, I. P. A. Formação de professores: um campo de possibilidades inovadoras. In A escola mudou.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

As Organizações Escolares em Análise

Breve descrição/análise, a partir de minha experiência, das seguintes categorias:



  • Aspectos físicos da escola: Falta de espaço físico para o lazer, mobiliário inadequado e/ou em péssimo estado de conservação, edifício escolar precisando de reformas, etc.

  • Aspectos administrativos: Organização da escola no cotidiano, nas suas normas. Direção eleita por políticos, direção pouco comprometida (decisões tomadas de cima para baixo, sem uma participação democrática), número de auxiliares insuficientes; a comunidade só participa nas festas da escola e nas entrevistas inciais do ano letivo; corpo docente de contratados X concursados, etc.

  • Aspectos Sociais: Existia um conflito entre os professores públicos e os auxiliares contratados. Alguns professores não tinham paciência com alguns alunos. Implementação do projeto político pedagógico de fato. A presença dos pais na escola só ocorria quando seu filho apresentasse comportamento inadequado. Os pais na maioria das vezes não recebiam elogios referente ao desepenho de seu filho. Relacão conflituosa entre alunos, entre os professores e os alunos, e em relação ao próprio corpo docente.


Apresentação de 2 sugestões para desenvolver uma escola eficaz de acordo com cada característica.



  • Autonomia da escola: Tomadas de decisões próprias e bem argumentadas; Escola pensa em formas de avaliação para complementar a sugerida pela Secretaria de Educação.

  • Liderança Organizacional: Criação de grêmios escolares com eleições democr áticas aberta para todos, com participação nas decisões direcionais; Seleção diária de um ajudante do professor e designação de um aluno para se monitor de disciplina bimestralmente.

  • Articulação curricular: Permitir ao aluno planejar a sua própria avaliação; Promover debates interdisciplinares.

  • Otimização do tempo: Utilização de diferentes recursos na sala de aula; Elaborar um planejamento exequível para melhor disseminação do conteúdo a ser abordado.

  • Estabilidade profissional: Deixar o professor em sala, onde o mesmo mais gosta de atuar, ex. educação infantil.; Valorização do salário do educador para que não se precise trabalhar em mais de um lugar.

  • Formação do pessoal: Aumento de salário para funcionário voluntários e aprovados por cursos realizados; Palestras de conscientização profissional com uso de exemplos de problemas e melhorias.

  • Pariticipação dos pais: programas com os já existentes no Brasil de amigos da escola; Além de propagandas incentivadoras no nível regional e nacional de incentivo dessa prática familiar.

  • Reconhecimento público: Divulgação dos trabalhos que a escola desenvolve; publicação em mural, criação de blog, rádio comunitária e/ ou um jornalzinho.

  • Apoio das autoridades: Promover eventos convidando autoridades para conhecer o trabalho da escola e suas necessidades educacionais.

Reflexão sobre os elementos da cultura organizacional das escolas.


Minha reflexão foi pautada na minha experiência como estagiária por nove meses em uma instituição pública e também na minha vivência enquanto aluna da rede pública de ensino no município do Rio de Janeiro.


Na instituição onde fui aluna, por ser muito pequenas, não consegui identicar os elementos da cultura organizacional. Porém, na instituição onde trabalhei como estagiária, os elementos da cultura organizacional eram demarcados negativamente, seja na zona da invisibilidade e/ou na zona da visibilidade.

Na zona da invisibilidade, os valores, as crenças e as ideologias, apesar de serem considerados elementos chaves no processo de institucionalização das mudanças organizacionais eram poucas exploradas, pois as ações sociais eram o que menos importavam. Até porque as crenças estavam cristalidas numa visão determinista.

E na zona de visibilidade apesar da instituição possuir um planejamento político pedagógico, alguns profissionais não seguiam o projeto. Um exemplo disso era a má utilização da sala de vídeo da instituição, que era utilizada na maioria das vezes sem nenhum planejamento, servindo apenas para "tampar buraco".

Relação entre as três áreas intervenção (Escolar, Pedagógica, Profissional) com o cotidiano da escola.

É importante ressaltar que o meio escolar tem que ser encarado como uma comunidade educativa para os pais e a comunidade poder atuar como avaliadores da instituição e dos projetos educativos oferecidos, e para haver a participação de outros profissionais como psicólogos e assistentes sociais que estão relacionados à área pedagógica, já que estes possuem a capacidade de analisar o aluno, orientar os professores em seus projetos, na relação educativa professor-aluno e proporcionar um processo educativo multidisciplinar. Em relação ao profissional podemos perceber que esse trabalho em conjunto faz com que o docente entenda melhor o aluno e a realidade da escola. Portanto, para que a escola proporcione qualidade em seu ensino e desenvolva a democrácia é necessário que haja um trabalho em conjunto , visto que os pais e a comunidade possuem a legitimidade social, política e os professores juntamente com os outros funcionários possuem a legitimidade técnica e científica.

Reflexão sobre a relevância da avaliação das escolas (auto-análise) para o sucesso da educação

A auto-análise de uma escola é de suma importância, tanto para os alunos quanto para o corpo docente e funcionários.

Para que os alunos possam ter um bom desempenho, é imprescindível que o organismo (escola) esteja funcionando bem. E para que isso se torne possível, é preciso que se faça uma auto-análise. É como se fosse olhar-se no espelho para ver se está tudo bem, se está tudo em seu devido lugar, ou melhor dizendo, seria como fazer um raio x para poder detectar tudo que há de errado e verificar o que pode ser mudado para melhorar a escola no seu todo.

Começando pela parte física, o prédio onde funciona a escola e seus móveis e utensílios, devem estar em perfeito estado de manutenção, os funcionários trabalhando satisfeitos e com eficácia, e por fim, os professores, atuando com comprometimento, sendo reflexivos quanto ao conteúdo usado em sala de aula e com o individualismo de cada aluno (cada aluno carece de um tratamento único), cada indivíduo é diferente do outro, portanto, não se deve tratar alunos como se fossem um rebanho de gado ou coisa parecida.

E esta auto-análise deve partir não só da diretoria e sim de todos que compões a engrenagem que faz movimentar a instituição de ensino.

Reflexão sobre as categorias da avaliação institucional e sobre as funções e critérios da avaliação

A avaliação institucional consiste na organização e controle interno da instituição, seu aspecto principal visa o acompanhamento do desenvolvimento do projeto na escola. Porém, é possível que se promovam processos de avaliação com intuito de gerar um controle da instituição e suas organizações. Esta situação se torna necessária quand ocorrem conflitos na instituição. A avaliação de ordem instituicional atua no âmbito escolar, atendendo assim, as necessidades de organização do ensino.

Seus critérios de avaliação estão associados a produção de conhecimentos, em que um professor ou um técnico a conduz, utilizando se de dispositivos de ação permanente, operatória, participativa e coletiva. Associando também na prática institucional, onde que conduz este processo é a direção e a gestão escolar, com intuito de implementar na instituição dispositivos de regulação institucional, além de acrescentar em seu sistema inovações educacionais acompanhando os projetos.

Referências: NÓVOA, Antônio (org.). As organizações escolares em análise . Dom Quixote. Lisboa, Portugal, 1995.

Fazer a Ponte

Uma escola sem muros
A Escola da Ponte é uma escola de área aberta construída por vontade dos professores, onde não foram erguidos muros nos lugares em que os arquitetos derrubaram as paredes.
Porém é edifício-escola que pertmite o desenvolvimento de uma pedagogia orientada para uma práxis social de integração do meio na escola e da escola da vida, aliando o saber ao saber fazer.
Nesta escola não há sala de aula e não há aulas. Não como estamos acostumados num ensino mais tradicional. Há na verdade espaços de trabalho, onde no princípio do dia acolhe o trabalho em grupo, no meio da manhã pode servir para a expressão dramática e no fim do dia as crianças podem participar de um debate.
A distribuição das crianças por espaços específicos apenas no processo de iniciação - onde elas aprendem a ler, a escrever e a ser gente, e no processo de transição - onde algumas crianças permanecem por um tempo necessário para reconstruírem os seus itinerários de aprendizagem.
O espaço e o tempo de aprender
Em conjunto com as alterações arquitetônicas, outras opções organizacionais marcaram a ruptura com o modelo tradicional de organização da escola, que considerávamos não respeitar as individualidades e não favorecer o sucesso de todos.
A escola da ponte é adepta do dia escolar integral, pois para a instituição facilita a adoção de processos de organização e gestão participada do tempo e do espaço e a sua apropriação por parte da população escolar.
Todo o espaço está a dispor de todos os alunos, ao longo de todo o tempo de funcionamento da escola, sem consideração de classe e sem consideração de anos de escolaridade. A escola não abre mão dos conteúdos.
A vivência na comunidade escolar tem um caráter formativo, veiculador de valores sociais e de normas por todos assumidas e elaboradas com a participação de todos.
Repensar a escola
Ao estabelecer uma clara e definitiva ruptura com a organização em classe, esta escola assumiu, em concreto, a tarefa de encontrar uma outra forma de pensar a organização escolar. Essa ruptura teve consequência em vários níveis.
No domínio das relações interpessoais e do equilíbrio afetivo dos alunos, o quadro de direitos e deveres é aprovado pela Assembléia da Escola- de caráter mais formal e mais abrangente, servindo para preparar projetos, resolver conflitos, entre outros - no início de cada ano letivo.
O dispositivo Caixinha dos Segredos é onde as crianças depositam um recado, sempre que pretendem conversar em particular com algum professor.
Já o debate é um dispositivo de trabalho coletivo onde cabe a discussão de assuntos do interesse dos alunos.
A organização de meios e a gestão do bem-estar são de responsabilidade coletiva, de acordo com categorias de tarefas a que se dá o nome de Responsabilidades. O cumprimento das tarefas incumbe a grupos de alunos, aos quais se dá o nome de responsáveis.
No domínio do agrupamento de alunos, o grupo heterogêneo é a unidade básica adotada, embora a organização do trabalho alterne entre o trabalho em grupo, o trabalho em dupla e o trabalho individual. Apesar de o vinculo afetivo ser a base da constituição do grupo, prevalece uma condição para sua constituição: cada grupo deve incluir um aluno que tenha mais necessidades de cuidado. Os alunos podem mudar de grupo sempre que desejarem, desde que se mantenha a regra da heterogeneidade.
Todo o planejamento curricular se subordina, em primeira instância, ao quadro de objetivos afixado na parede de uma das salas. O plano de estudo é o mesmo para todos os alunos, mas há adaptações no currículo de cada um, em função das suas necessidades e capacidades, nomeadamente, no nível de iniciação e no de transição. Ao iniciar o dia, o aluno define seu plano individual.
A avaliação das aprendizagens é feita quando o aluno se sente preparado para o efeito. Cada aluno comunica o que aprendeu e faz a prova de aprendizagem só quando quer, quando se sente que é capaz.
As aprendizagem processam-se, quase sempre, em trabalhos de pesquisa, e não se subordinam a manuais iguais para todos os alunos. Quando algum aluno não consegue concretizar os seus objetivos, recorre à ajuda do grupo ou pede uma aula direta inscrevendo-se em um mural. Esta aula acontece em um espaço próprio e em função da área e da dificuldade identificada.
Educar é fornecer os meios e acompanhar processos de desenvolvimento. Na Escola da Ponte, o currículo é entendido como um conjunto de situações e atividades que vão surgindo e que alunos e professores reelaboram conjuntamente. A liberdade permitida a cada criança é concedida na proporção do que ela é capaz de utilizar. Nada é deixado ao acaso. As crianças agem livremente, integradas em espaços profundamente estruturados.
Os professores e os alunos manifestam livremente as suas preferências. Os alunos podem escolher com quem querem trabalhar. Mas os porfessores podem tomar a iniciativa de convidar alunos para a formação provisória de pequenos grupos, para desenvolvimento de projetos. Nos diversos espaços educativos, nunca está um professor isolado.
O rompimento com a organização tradicional da escola teve consequências também quanto ao repensar do ser docente. Do trabalho isolado passou-se ao trabalho de equipe educativa. Cada um dos elementos do corpo docente se especializa em duas áreas do currículo, de modo que se consiga dar todo o programa e não apenas o Português e a Matemática.
Os professores não precisam preparar aulas, por que não há aulas. Preparam, apenas e eventualmente, aulas muito especiais, as chamadas aulas diretas. Os professores preparam-se a si próprios, todos os dias, para responderem a tudo o que for necessário e para enfrentarem a imprevisibilidade. No final de cada dia, os professores reúnem-se para avaliar o trabalho do dia e prepara o do dia seguinte.
Cada professor tem dois tipos de funções e exerce-as em trabalho de pares.
O professor crê que é possível ensinar a todos como se fossem um.
Em nome da autonomia e da solidariedade
Na Escola da Ponte, as crianças são tratadas como crianças e não como alunos. O estatuto das crianças, a relação entre elas e com elas são imediatamente perceptíveis para quem visita a escola. As crianças apresentam-se aos visitantes como coisa sua, conhecem-lhe os meandros, dominam por completo os dispositivos pedagógicos, explicam os porquês de tudo o que fazem, de tudo o que vivem.
Quando chega à escola, brinca, quando percebe que os professores vão chegando, dirigi-se para uma das salas, após registrar a sua presença no painel.
A criança tem um papel ativo no ato de aprender. A gestão do tempo e dos espaços e materiais disponíveis requer uma consciência das necessidades, que é exercitada a todo momento pelo aluno, que conta com o permanente aconselhamento dos professores.
Na linha de Dewey pretendeu-se centralizar a aprendizagem nos interesses da criança.
Implicada em uma aprendizagem por descoberta, por meio de atividades de exploração e de pesquisa, em um processo significativo, a criança age como sujeito de aprendizagem. O papel do professor é o de fomentador de curiosidades, de orientador na resolução de problemas. Ele não se impões pelo estatuto, assume tarefas de estímulo e organização.
O conhecimento é algo pessoal, é construído pela própria pessoa por meio da experiência. Com isso, dizemos que a aprendizagem é um processo social.
Ente os princípios defendidos no projeto da Escola da Ponte estão o da significação epistemológica, o da significação psicológica, o da significação didática e o princípio da gradualidade.
Memórias
A escola não é hoje o que era há cinco, há dez, há vinte ou mais anos.
Nada foi inventado na Escola da Ponte. Em um longo processo de 25 anos, os problemas geraram interrogações, as interrogações conduziram à busca de soluções. Após as experiências cuidadosamente planejadas e aplicadas, algumas propostas acabaram por ser recusadas, outras passaram a integrar, sob diferentes formas, o que não pára de se transformar: o projeto da Escola da Ponte está sempre incompleto, sempre a recomeçar.
Uma escola de cidadãos não pode ser uma ilha. Um projeto de escola democrática é um ato coletivo. O sucesso dos alunos depende da solidariedade exercida no seio da equipe educativa. Por isso, os professores têm um papel fundamental no atendimento aos pais.
A associação de pais é um interlocutor sempre disponível e um parceiro indispensável, mas a colaboração dos pais não se restringe às atividades promovidas pela sua associação.
Riscos e fragilidades
O nosso projeto não é de um professor, é de uma escola, pois só poderemos falar de projeto quando todos os envolvidos forem efetivamente participantes, quando todos se conhecerem entre si e se reconhecerem em objetivos comuns.
Ao cabo de muitos anos, subsistem ainda muitos problemas, mas um destes problemas assume particular relevância. Se não surgir algum impedimento, o agrupamento de escolas em que, voluntariamente, nos integramos passará a ser uma escola básica, bem como a educação de infância.
Os professores envolvidos em projetos não procuram a obtenção de privilégios, bem pelo contrário: para viabilizarem a formação de equipes de projeto, muitos professores fizeram opções que acarretaram prejuízos para a sua vida pessoal e profissional.
Um dos riscos que o projeto sofre é a transição entre as equipes de professores. E como risco advém das fragilidades da formação (inicial e não inicial) que ainda se faz.
Sabemos que o trabalho dos professores poderá melhorar se lhes fores proporcionadas melhores ferramentas, que uma maior autonomia e investimentos pecuniários poderão contribuir para o incremento da qualidade do serviço prestado pelas escolas.
As modalidades de formação mais ajustadas às necessidades dos professores a envolver no projeto parece serem as mais intensamente ligadas às práticas e, entre estas, o círculo de estudo e o estágio de formação continuada.
Nos últimos dois anos, a experiência do estágio de formação continuada permitiu a criação de redes de colaboração entre professores e escolas.
Disseminar ou contaminar?
Nos últimos anos, a Escola da Ponte recebeu muitos milhares de visitantes, foi objeto de múltiplas investigações, matéria para teses, artigos e livros.
A validade da experiência da Ponte deve, pois, ser relativizada. O que possa ser transferível tem mais a ver com o espírito e a gramática do projeto. A Escola da Ponte apenas mostrou que há utopias realizáveis.
A Ponte é, como qualquer outro, um lugar de chegar, de ficar e de partir. Um lugar onde deliberada e intencionalmente se chega (como outros!) fazer crianças mais felizes. Um lugar de onde uns partem para levar sementes de sonho para outros lugares. Um lugar de onde outros partem, discretamente, para deixar que o sonho prossiga.
Referências: PACHECO, José. Fazer a ponte. IN, FETZNER, Andréa Rosana (org.). Ciclos em revistas: implicações curriculares de uma escola não seriada. Rio de Janeiro: Wak ed., 63-89, 2007.